Não sei se é só imaginação ou tornou-se obsessão,
Essa coisa de pensar em ti tanto assim está completamente fora de padrão.
Antes sem tanta importância,
Agora ganhou relevância e constância.
Apoderou-se de mim,
Fez-se começo e fim,
Mudou o rumo da história,
Ocupou-me sem demora,
Um sentimento que outrora
Vagava perdido, longe da minha memória.
Como é possível que a vida,
Essa louca varrida,
Brinque de ping-pong ou xadrez com o coração das pessoas,
Quase sempre pulando a vez
De dois coraçãos que, talvez,
Pudessem bater compassados ou descompassar de uma vez?
Não pretendo descrever em palavras
Todas as coisas pensadas,
Que já planejadas serão executadas,
Pois as palavras não seriam suficientes
Pra mostrar depois pra gente
A importância das horas gastas
Organizando essas palavras
Pra registrar um momento
De grande contentamento.
Contentamento esse que há tempos almejava,
Buscava com muita força e até cantava.
Mas, mesmo com muita batalha,
Tudo o que alcançava, acabava
Amarelado, ressecado, queimava como palha.
Até que num certo momento,
Tal e qual uma brisa ou um vento,
Preencheu-me em pouco tempo o pensamento,
Um sentimento tão gostoso e tão sereno,
Que tornou-se impossível não saber
Que o maior anseio do meu ser
Mais que nunca, hoje, tem chance de acontecer.
Agora a pergunta que não cala,
E pensando nela o coração, coitado, até dispara,
Entrega, de forma não velada, toda uma estória imaginada e criada
Pra chamar a atenção de uma curiosa declarada,
E de uma forma propositalmente inusitada
Ganhar o coração dessa alma abençoada.
Mas engana-se quem pensa que toda essa jogada
É fruto de mera ilusão de uma cabeça apaixonada.
Até porque paixão é coisa do coração
E à cabeça pertence somente a razão,
Que mesclada à minha emoção,
Dita o ritmo das batidas do meu coração.
Então, neste momento em que minhas mãos trêmulas e suadas,
Num afago doce e delicado,
Umedecem as tuas tão formosamente desenhadas,
Faltam-me as palavras para dizer-te porque foram tão longas as madrugadas
Antes que pudesse olhar na tua cara
E mostrar o que a tua beleza rara
Fez ao meu coração que agora pára.
Pára de bater por um momento
Aguardando a tua resposta em silêncio,
Pois sabe que é necessário um tempo
Antes de ver tua boca em movimento.
Abrindo-se em busca de alento,
Pois nota-se claramente
O entorpecer da tua mente
Ao ouvir as palavras insistentes
Do poeta que agora te fala pessoalmente.
Mas o final desse poema
Não depende dos meus dedos
Que há tempos o escreveram,
Preparando para este momento
As palavras que, agora ao vento,
Buscam em teus ouvidos atentos
Causar-te grande contentamento,
E despertar, no teu pensamento,
O desejado sentimento
Que almejo compartilhar contigo,
Agora e por incontável tempo.
Sei que mil palavras em poesia
Não dariam conta da ousadia que é
Tomar tuas mãos entre as minhas
Como imaginei durante muitos dias,
Te olhar nos olhos como em fantasia,
E perguntar-te sem hipocrisia
Se tens vontade de passar sem melancolia,
Ao meu lado,
Todos os dias da tua vida.
Agora, ao encerrar essa proposta,
Não sei ainda qual será tua resposta.
Se pedirá um tempo pra pensar
Ou se tens uma resposta pronta pra me dar.
Não esqueça que sobre isso podemos conversar
E quem sabe num consenso chegar.
Pois mesmo com tantas palavras pra rimar,
A coisa mais importante que eu tenho pra falar
Ainda não consegui, por sentir a coragem me faltar.
Então, antes desse poema acabar,
Olho nos teus olhos e digo sem pestanejar:
Eu só tenho vontade de te amar.
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